quinta-feira, 2 de junho de 2011

AMADA THAÍS


Amada Thaís,
 Venho novamente lhe interpelar para que atente para as minhas palavras, porque a nossa última conversa não foi concluída. Sei que sou um sujeito muito difícil, pois só aceito ideias que possam ser racionalmente provadas. Já lhe disse que sou um homem de ciência e de fé. Hoje, farei diferente: quero lhe convencer de algo que não pode ser comprovado pela ciência, mas é possível que se faça verdadeiro pela razão.
Acontece que você não acredita que eu te amo de verdade, e eu posso garantir, com poucos argumentos, que isto é verdadeiro. Você, Thaís, me diz que esse papo de amor é conversa de homem que deseja apenas o proveito libidinoso da parceira, e contra isso não consigo afirmar que você está errada. Mas, se observar as minhas atitudes, perceberá que sou diferente. Quem ama cuida, diz a tradição, e você bem sabe que outro dia, quando adoecestes, eu lhe fiz visita e ainda levei o remédio correto para sua recuperação. Tanto cuido que sei todas as coisas que você pode fazer ou não, os remédios que não deve tomar... O amor é paciente, e quanto a isto deves admitir a paciência que tenho em lhe esperar, e todos os dias dizer, das mais variadas formas, que eu te amo. Amo em versos, e minhas poesias bem sabem disso! O amor liberta, não é vaidoso, não tem ciúmes e enobrece a alma; queres uma alma mais nobre que a de um poeta apaixonado, que lhe escreve poesias, ou um homem mais liberal do que eu, quando nunca lhe proibi de viver sua vida, nem reclamei de ciúmes quando alguém lhe presenteou com flores, já que eu faço isso sempre?
Thaís, meu amor, eu iria até o infinito e voltaria, para dizer do amor que sinto por você, e passaria séculos argumentando e provando que te amo! Se eu quisesse só curtir, iria atrás de outra, porque há no mundo muitas mulheres fáceis e bonitas, mas você é muito difícil, recatada, reservada, inteligente, de ótima família e reputação e, acima de tudo, eu te amo há algum tempo, e não trocarei você por mais ninguém! Amorosamente terminando estas linhas, aquele que te ama.

De: um poeta eternamente te amando

PAUTA PARA O BLOÍNQUÊS - EDIÇÃO CARTAS: CONVENCER

2 comentários:

  1. Bendito seja o poeta, que convence!
    Usa da arma que carrega no peito e vive de uma munição chamada: Inspiração! Oh, bendito seja mesmo o poeta, que em simples versos conquista o inalcançável e transforma a lua num objeto palpável. Esse que com o dom de amar, ama em palavras e em palavras revela que ama.

    Abreijos;

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  2. Usastes citações da Bíblia, e sentimentos, o que torna-se uma combinação explosiva!

    Não achei erros ortográficos/gramaticais a não ser a repetição da palavra "para" na primeira linha.

    de resto eu adorei, parabéns!

    Grande final de semana!

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