quinta-feira, 26 de maio de 2011

CADÊ O RESPEITO?


Passeando pelas ruas
Outro dia eu vi
Um homem estranho
Que andava por ali
Com seu carro importado
Não era pobre coitado


Abriu o vidro e jogou
No chão um papel de bala
Fiquei com vontade de ir lá
E o trancar no porta-malas
Porque faltou com respeito
A um povo honesto e direito


O respeito é importante
Que deve ser praticado
Temos os nossos direitos
Pelas leis assegurados
Mas tem gente que não entende
Ô povo pobre e coitado!


Indivíduos desonestos
Cheios de si e vaidades
Vão passando pelas ruas
Deixando suas maldades
Desrespeitando o que é do povo
Passando por cima da sociedade

É assim que muitos veem
Os patrimônios da cidade
Só porque não lhes pertence
Fazem estragos e maldades
Se não preservam o que é do outro
Há respeito de verdade?

PAUTA PARA O BLÓÍNQUÊS: 40ª EDIÇÃO POEMAS
.Tema: Respeito


DE UM JEITO DIFERENTE

Minha irmã sempre gostou de ver o mundo com outros olhos, e por um ângulo diferente. Enxergava as coisas, pessoas e situações de um modo que ninguém mais poderia fazê-lo. Aos três anos de idade, um acidente em casa com produtos químicos fez com que ela perdesse a visão em um dos olhos. Permaneceu desmotivada da vida por um tempo, e já não via graça em muita coisa na vida.
Tivemos uma ideia: dar-lhe-íamos uma máquina fotográfica, para ensinar a ela que poderia ver o mundo e a vida de um jeito especial. Assim o fizemos e logo ela gostou tanto da aventura que se fazia fotógrafa em todos os ambientes. Por questão de apoio e aprendizado, comprei uma máquina para mim, e ela me ensinou como manuseá-la. Saíamos juntos a registrar as coisas belas da natureza, e sempre guardávamos para a posteridade.
Na estrada que vai da nossa cidade até a casa da nossa avó tem uma paisagem maravilhosa, com muitos animais, alguns até raros, ainda preservados. Outro dia, passando por lá, avistamos uma ararinha azul, ave que já se encontra em extinção. Aí minha irmã pediu que a gente parasse ali, no meio do caminho, para que ela pudesse registrar esse eterno momento. Concordei com a proposta e ela logo saltou do carro, sem me esperar, porque não poderia perder aquela oportunidade. Vi que outras pessoas estavam no local também. Uns observando e admirando, outro fotografando.
A foto mais espetacular da minha vida foi nessa mesma estrada. Minha irmã pôs-se alegre à beira do caminho, e como podem ver na foto que tirei, ela ficou tão radiante com a novidade do pássaro que deitou-se ao chão, curvou um pouco a cabeça para trás e, de cabelos soltos e pernas pro ar, fotografou enfim aquela ave rara. Mais rara foi essa foto. Simplesmente única. Inexplicavelmente linda. Acho que ela fez isso, porque, além de muito feliz, não sabia que eu estava com a máquina fotográfica na mão. Não hesitei o instante e registrei, eternamente, um pequeno exemplo de que minha querida irmã, de repente, havia mesmo aprendido a olhar a vida de um jeito todo diferente!

pauta para o bloinquês:
70ª Edição Visual - Projeto Bloínques.

domingo, 15 de maio de 2011

A ÚLTIMA DANÇA



Meu corpo em seu corpo
Dois passos para trás
Num baile teimoso
Que não acaba mais.


Meu fim está próximo
Me dê sua mão
Depois da meia-noite
Serei ilusão.


Repita comigo
A última dança
Com passos contados
Inocente criança.

Não vês que me perdes
Não sabes que me perco
Num poço profundo
Na dança do beijo.

Sejam minhas as tuas pernas
Sejam teus os meus anseios
Valsando nossa última dança
Como dançam teus seios!

Meus passos incertos
Quereres encobertos
Em teus braços criança
Em nossa última dança!

Pauta para o bloinquês, 39ª EDIÇÃO POEMAS Tema: Dança

O SORRISO DE UM ANJO


Thaís era uma menina meiga que alcançava a idade de 12 anos. Seu amigo inseparável desde os seis anos de idade, Rodrigo, precisou se afastar dela para fazer um tratamento contra o câncer, que lhe afetava o pulmão. Ele tinha a mesma idade que Thais. A mãe de Rodrigo fumava e bebia desde a gravidez, e não parou nem mesmo quando seu filho nasceu.
Numa noite de chuva o menino acorda com muita dificuldade de respirar, sentindo muita dor no pulmão direito. Seus pais o levam desesperados ao hospital. Vem a triste notícia de que ele desenvolveu câncer de pulmão, o mesmo estava em fase avançada. Já tivera outras crises, mas nada grave, que motivasse exames específicos. Silenciosamente aquele menino aparentemente saudável tornava-se cada vez mais deprimido.
Passados dois meses, o cabelo de Rodrigo havia caído totalmente, e sua aparência nefasta era mais que isso. Não sorria. Todos os dias chorava. A única companhia de que poderia dispor era a amiga Thais, que ficava horas conversando e brincando com ele, numa frustrada tentativa de animá-lo a seguir com o tratamento.
O tratamento quimioterápico não fazia progressos, e a mãe também não dispunha de motivos para sorrir, culpando-se a cada segundo pela bruta irresponsabilidade de não ter cuidado direito da saúde de seu filho, entregando-se com mais amor aos vícios do que à sua prole.
Quando chegou ao hospital, Rodrigo não tinha recebido nenhuma visita. Nem mesmo de Thais. Ela foi uma semana depois, tão logo seus pais permitiram. Rodrigo esboça um primeiro sorriso. E o último que entregaria à amiga e aos seus pais dali em diante.
Thais passava o tempo pensando numa maneira de fazer seu melhor amigo sorrir e ter esperanças de cura. Ah! Se fosse descoberto a tempo... Aquela menina contemplava seu amigo de um jeito diferente. Seria amor? Não sabiam o que era aquilo. Um sentimento de fraternidade? Talvez. É mais certo assim. Contudo, Rodrigo não via o tempo passar, mesmo em tão bela presença. Thais – pensava ele – se eu tivesse tempo, lhe diria tantas coisas, muito lhe agradeceria.
Sem esperanças de alguma melhora, o menino recebe alta e vai para casa. Os pais tristes e inconformados. Ele, sem conforto algum.
De um estalo, Thais teve uma ideia. Quem sabe, se ele tivesse cabelo, ficaria mais animado, e não se envergonharia com sua aparência? Onde eu vou arrumar cabelo? – pensou. Ah, doarei um pouco do meu. Assim, ele sempre vai lembrar de mim! Vai ficar bonito! – disse, com lágrimas nos olhos. Sorria, enquanto cortava algumas mechas, escondida no banheiro da casa. Colocou-as no bolso frontal de sua roupa e pediu que os pais de Rodrigo o levassem para a sala. Seria uma surpresa. Nem os pais dele sabiam do que se tratava.
Quando Rodrigo e seus pais estavam chegando ao local combinado, sua amiga o aguardava. Os pais fizeram uma cara de espanto, misto de alegria e pergunta, enquanto o menino não compreendia nada. Ela pede que seu amigo tire o boné e coloca, carinhosamente, um pouco de seu cabelo na cabeça dele. Pronto, amigo! Agora poderá ficar mais bonito, e sair pelas ruas! Num gesto de retribuição, ele entrega a ela o boné, e os dois agora sorriem, pela segunda vez, desde que tinham conhecido um quarto de hospital.
Thais despede-se de todos, porque já era tarde. Abraça seu amigo e vai. Move a maçaneta da porta e olha, mais uma vez, aquele sorriso, eterno, inacabado. Fecha-se aquela porta e juntamente com ela muitas outras. Ao cair da noite, uma hora depois, ligam para a casa de Thais. Partiu para a eternidade aquele melhor amigo, que sorriu para ela, como num gesto de despedida, uma mensagem de adeus. Os pais de Rodrigo nunca mais foram os mesmos. Não viam mais a graça da vida, e Thais demorou muito tempo para se recuperar daquilo, mas sentiu que havia feito um anjo sorrir. Cumpriu sua missão.

                          Pauta para o bloinquês, 24ª edição roteiro

A ÚLTIMA VIAGEM

 
Meu pai sempre viajou na época da adolescência. Naquele tempo, havia mais propostas de emprego do que pessoas procurando. E olha que ele nem era tão antigo assim. Em meados dos anos 50, o rádio não era invenção velha e a TV em cores ainda não tinha chegado ao Brasil. Foi alfaiate, a mesma atividade exercida por quase todos da família, terminando seus dias mais ativos com o cargo de comerciante.
Num dia de domingo, o qual não recordo a data – fiz questão de esquecê-la – ele me surpreendeu com uma viagem que precisaria fazer, a contragosto da família. Embarcava para Salvador, devido a uma enfermidade que havia lhe acometido o corpo, de tal gravidade que não se achava capaz de andar ou sentir qualquer sensação da cintura para baixo. Senti, nesse dia, algo diferente. Não digo que fosse a doença ou a viagem em si, mas penso que a sensação era por mim ainda desconhecida. Eu a desvendaria mais tarde.
Ficou por seis meses em tratamento, de pouco sucesso. Nós o acompanhávamos todo o tempo, renovando a companhia necessária a cada quinze dias, porque a idade dele permitia que não ficasse sozinho. Sorri algumas vezes, fiz amigos, criei medos, expectativas. Um mundo todo novo abriu-se para mim; com ele, uma tonelada de angústias e indecisões invadia meu ser. Queria voltar para casa. Gostaria de ver meu velho recuperado. Passaram-se seis meses nada animadores.
Voltamos para casa. À nossa espera, alguns amigos, meu irmão e minha mãe, o cachorro e o gato. Certos curiosos. Quase não o reconheceram, tamanha mudança física e psicológica que havia se processado naquele homem. Mas suas ideias, hábitos e ambições estavam no lugar. Tudo parecia normal. Os dias passaram com a rapidez do vento e logo ele ganhava aquele corpo de antes, o mesmo que o tornava reconhecível à vista dos ignorantes que lhe traiam pelas costas.
Precisava fazer mais uma viagem, e esta seria a última. Fato que ele não nos avisou, porque seria uma surpresa. A mais articulada experiência do destino se processaria em breve, ao tempo em que eu me lembrava daquele vago sentimento que me assaltou quando meu pai viajou na época em que adoecia.
De tudo quanto sucedeu, só não imaginava que essa viagem aconteceria sem que nos despedíssemos. Sem um adeus, mesmo que de longe. Ao amanhecer dos últimos dias de estadia de uns parentes meus, quando apenas eu e uma tia estávamos por perto, papai sairia repentinamente de nossas vidas, agonizando num instante final, desesperadamente à espera da enfermeira que traria os remédios da salvação. Numa atitude insana e inconsciente, minha tia olhou o relógio e viu que não dava mais tempo. Restava ainda uma oração, um beijo. Já era tarde. Havia partido gloriosamente e ascendido a algum lugar que ainda não fui.
Não choramos, até porque ele mesmo não chorou. Reunimos a família e cantamos louvores tristes. Só então choramos. Superamos, aos poucos, sem esquecer, contudo, aquela que seria, para ele, a última viagem.

Pauta para o bloinquês: 67ª edição conto/história "Olhou o relógio e viu que não dava mais tempo".


À NAMORADA QUE AINDA NÃO TENHO

Querida namorada que ainda não tenho:

Oi, estou escrevendo esta carta sem saber por que cometo tal insanidade. À namorada que ainda não tenho, para que, quando chegares e ocupares a minha vida, nos reconheçamos sem arrependimentos futuros. Talvez seja essa carta uma loucura desmedida, um esforço lançado em meio ao vazio. Mas farei diferente. Deixarei que as águas do mar conduzam e levem minha carta no vácuo da eternidade, na frieza penosa dos mares noturnos sem estrelas cintilantes. Já que não tenho seu endereço, desconheço seu nome e a sua existência, não a encontrarei, mas a minha carta lançada ao mar fará isso por mim. Enquanto isso, eu a espero, vinda de algum lugar, em resposta ao que enviei ao acaso.
Saiamos dos rodeios inesperados e sem cor, para os devaneios inéditos que contém a carta. Não peço muita coisa. Não me sinto neste direito. Adianto o que sou, enquanto escrevo, para que me reconheças, e peço que atenda às minhas esperanças, pois não quererei me decepcionar com minhas opiniões.
Antes de continuar a ler, precisa saber o eu sou, a cada dia, porque minha personalidade é tão mutável que é possível eu ter mudado completamente o meu eu quando fechar a rolha e lançar ao mar o veículo que conduzira um passo a mais em minha vida.
Sou poeta. Sonhador. Gosto de aventuras, mas sem ir para muito longe. Já fui até as estrelas e quase não voltei. Tenho medo. Possuo devaneios. Meu lado mal escreve contos, enquanto meu lado bom faz cartas. Às vezes gostamos de trocar as coisas, tanto que nem sei qual dos dois “eus” escreve agora. Minha capacidade de ouvir é maior que a habilidade de dormir, mas é menor que a facilidade que tenho de amar e superar todas as coisas. Algumas vezes transformo meu amor em palavras, e saem devaneios primitivos, banais, animais, divinos.
Quero fechar esta carta pedindo que, a destinatária que for escolhida pela garrafa, preencha uns poucos requisitos, para a boa convivência de nós dois. A sorteada necessita mudar comigo a cada dia, renovar-se. Nada de manter a relação na mesmice e terminar tudo em uma rotina desgastante. Ela pode ter um lado escuro, para acompanhar meus momentos diabólicos e depressivos. Há de vir com um “eu” angelical, porque meu lado bondoso, de tão idiota e indeciso, fica muito só. Quero que seja falante, para que cada palavra de amor que disser transforme-se em poesia. Que a capacidade de superar minhas mudanças seja igual à minha qualidade de amar. Que acordemos todos os dias, com promessas de renovação, renunciando a cada “eu” meu que não combinar com o seu, e acolhendo cada parte minha que se sentir carente de amor.
                 De: alguém misterioso com um sonho nada normal

Pauta para o bloinquês, 43ª edição cartas - Coloquei uma carta, numa velha garrafa (♫)

sábado, 14 de maio de 2011

DOS DIREITOS DO HOMEM POLÍTICO

Desde os tempos em que se instituiu a “Pólis” (cidade) e a política (o governo coletivo dos cidadãos da “Pólis”), as decisões tomadas por alguns sempre dividem os milhares. Há quem concorde e quem discorde quando o assunto tem um caráter polêmico. Não é diferente com a discussão a respeito da legalização da união entre homossexuais, com seus direitos constitucionais assegurados pela lei.
Dentre os vários direitos constitucionais do homem, estão o direito à liberdade de expressão e opção, por exemplo, e todo aquele que, de alguma maneira, mostrar-se intolerante às escolhas religiosas ou sexuais de outra pessoa, ofendendo- lhe a moral, comete crime.
Sou heterossexual e a favor dessa ideia do STF, porque acredito no livre arbítrio de todos, nos direitos constitucionalmente garantidos, na felicidade e na plena democracia. Isso não mudará o pensamento das pessoas que têm preconceitos acerca disso, assim como não afetará aqueles que não desenvolvem qualquer atitude contrária. Para os homossexuais, a luta em busca de respeito e tratamento humano em meio à sociedade não terminará, e o amor que existe entre essas pessoas será indiferente ao resultado final.
Acredito, assim, que um tom favorável garantirá, pelo menos no papel, os direitos que tornam os homossexuais mais próximos daqueles que a sociedade aceita – os heterossexuais – e os intolerantes terão de responder à justiça caso cometam qualquer ato discriminatório.


Pauta para o bloinquês: 60ª Edição Opinativa - Decisão do STF

quarta-feira, 11 de maio de 2011

UMA FLOR NASCEU NO ASFALTO



UMA FLOR NASCEU NO ASFALTO
E OS AUTOMÓVEIS PASSAVAM
MAS QUEM PASSAVA, NÃO VIA
E QUEM NÃO VIA, PASSAVA
PORQUE SE OS AUTOMÓVEIS PASSAM
MAS NÃO ENXERGAM A FLOR
ENTÃO AQUELA ROSA
É UMA FLOR SEM SENTIDO
SEM PERFUME, SEM COR

UMA FLOR NASCEU NO ASFALTO
E NUM DIA DE FERIADO
QUANDO TODOS ESTAVAM EM CASA
APENAS UM HOMEM PASSAVA
E ELE VIU QUE A FLOR ESTAVA SÓ
E ELE VIU QUE A FLOR ERA BONITA
E ELE DESEJOU AQUELA FLOR
E ELE QUIS ARRANCAR A FLOR DO ASFALTO
A FLOR NÃO SAIA, ESTAVA FIRME, FUNDA

UMA FLOR NASCEU NO ASFALTO
E UM HOMEM A CONTEMPLAVA
E UM HOMEM A QUIS
O HOMEM NÃO A TEVE
O HOMEM QUIS ENTÃO SE VINGAR
E O HOMEM FOI TOCANDO NA FLOR
E O HOMEM FOI AGARRANDO A FLOR
E O HOMEM ODIAVA A FLOR
E A FLOR TORNOU-SE ODIADA

UMA FLOR NASCEU NO ASFALTO
E ALGUÉM QUIS TIRÁ-LA DE LÁ
NÃO CONSEGUINDO O FEITO
O HOMEM OFENDEU A FLOR
O HOMEM DESPETALOU A FLOR
AQUELA FLOR FICOU DESAMPARADA
E NINGUÉM PODIA SOCORRÊ-LA
ERA FERIADO E MELHOR SERIA A FLOR NUA
NÃO TER NASCIDO NO MEIO DO ASFALTO!

AMOR FATAL

Um amor fatal com certeza pode ser letal. Mortal. Fisicamente visceral. Há pouco tempo um amigo meu, de nome Pedro, se apaixonou por uma moça. Não era uma moça qualquer. Tinha os olhos mais lindos que um diamante exposto ao sol, uma pele mais bronzeada e mais bela que o prateado da lua cheia, e uma voz que desafiaria o próprio cantar do Rouxinol. Não sei se era deusa ou demônio, mas enfeitiçou a nós dois. Ao mesmo tempo. Pedro ficou alucinado por ela, e eu só escapei porque já tinha um amor ainda não concretizado, porém muito desejado. Meu anjo se chamava Thaís. Ela não sabia bem que eu a amava, mas eu a queria mais que tudo, e resistiria ao próprio demônio por ela.
Aquela mulher encantadora tirou o sono do meu amigo. Confesso ter sonhado com ela duas vezes, tamanha beleza devastadora que ela tinha. Pedro todos os dias sonhava, e já não era mais o mesmo...
Me aproximei dela – com medo, claro – e vi que não era uma miragem. Perguntei a ela se tinha telefone, ao tempo em que queria correr dali, com medo da resposta dela. Fiz pelo meu amigo. Tocado por um feitiço poderoso, como uma droga injetada na veia, anotei o número dela, após ter convenientemente apontado para meu amigo, que estava bebendo numa mesa pouco distante.
Aquela mulher era a loucura de todos: perdição dos bons e a satisfação dos maus. Parecia mesmo um feitiço, do qual meu amigo não pôde se livrar. Era um amor fatal. Alguns meses depois, sem ter sucesso com aquela garota, nada mais lhe interessava. Ela, apenas ela, a sua razão de viver, ou o motivo certo para morrer. Assim ele me disse, assustando-me, um dia desses. Não levei muito a sério, mas aconselhei que ele superasse isso.
Algum tempo depois, ele estava com uma ideia fixa de que findaria sua existência se aquela dama – ou demônio – não atendesse ao telefone. Era a sexagésima sexta vez em que estaria ligando, sem sucesso, para aquela mulher. Ele sumiu e voltou ao bar mais tarde. Ai ele me disse, com ar muito sério: eu vou me matar e vai ser esta noite, e você vai presenciar tudo! De todos os meios usei para demovê-lo desta ideia, mas foi vã a minha intenção. Realmente, sabem os meus botões, que eu já tentei de tudo, mas ele não deu ouvidos aos meus conselhos, e saiu, após um trago, pela porta da frente, e demorou a voltar...
Fui atrás dele e o procurei nos lugares em que ele costumava ficar. Senti um choque muito grande e desmaiei, quando vi um corpo pendurado por uma corda, um laço do diabo, e uma foto dela ao chão, onde nem mesmo uma brisa soprava. Meu amigo me estendendo a mão, num último suspiro. Ele tinha um olhar arrependido, pedindo socorro! Expirou e se foi, para sempre. Só então os ventos começaram a soprar, levando para longe a história de um amor fatal.




Pauta para o bloinquês: 66ª Edição conto/história - Frase da semana: Eu já tentei de tudo, mas ele(a) não deu ouvidos

MÚSICA SOCIAL

Caminhando pela vida encontrei a estrada musical desde muito cedo. Tocava, na infância, flauta doce, e ainda hoje toco, de vez em quando. No ano de 2004 iniciei uma verdadeira trajetória que até hoje existe, e cresce a cada dia mais, de um jeito todo social. No começo, não tocava outro instrumento e fui aprendendo canto. Alguns meses mais tarde e tive aulas de teclado na escola em que estudava, a Tendinha Cultural. Descobri meu dom: ele residia no universo das teclas. Comecei pelo teclado e findei no acordeom. Foi uma luta pouco difícil, tendo em vista que saber bem a matemática ajuda bastante na música – não findemos a teoria, com a licença das devidas exceções – porque ela é teoricamente matemática.
Pulando alguns meses, data em que não calculo, começamos, eu e a turma que fazia parte da escola, especialmente nosso mestre Ohniram, a fazer trabalhos sociais. A própria escola já é social, porque não cobrava mensalidades ou quaisquer ônus a seus alunos, exceto a cobrança por um comportamento exemplar e dedicação com os estudos e as pessoas com as quais cada um se relaciona. Isso é cultura e sociedade. Um trabalho cultural e social.  Enfrenamos muitas dificuldades porque recebemos poucas doações, mas o trabalho segue até hoje, vivo  forte, prova de que alguém lá em cima deseja continuidade para esse trabalho.
Atualmente, sou integrante da banda da Tendinha Cultural, professor da referida escola e ainda aluno, porque a cada dia vamos aprendendo mais e mais, uns com os outros. Tocamos em aniversários, escolas e igrejas sem cobrar nada pelo serviço. Cobramos em outras ocasiões e o preço não sai caro. É variável e negociável. Nossa música é social, porque não cantamos a violência ou letras preconceituosas. Inserimos a cultura do sertão, com Luiz Gonzaga, por exemplo, mas passeamos no mundo MPB, nos Sambas e Rocks da vida. Nosso palco é o mundo e o nosso maior fã e Deus. Ele, nossa força e vitória!



Pauta para o bloinquês:  4ª Edição Profissão: músico

domingo, 8 de maio de 2011

O AMOR EM DOIS EXTREMOS


Podem discordar de mim, se eu disser que o amor perpassa dois extremos, quando eu me explicar, mas adianto que conto o que sinto e discordar ou concordar é com o leitor, porque eu já me “condiscordei” e “disconcordei” das minhas ideias. Então, siga comigo, ou pare por aqui.
Está aqui? Obrigado! Sinal que se interessou pelo que vou dizer. Digo-lhe: o amor caminha em dois extremos, sempre. Entre a idiotice e a intelectualidade; entre a loucura e a normalidade; entre o tudo e o nada; mistura várias dicotomias e nos deixa loucos.
Quando amo, me apaixono ou gosto, eu sou um idiota das minhas próprias expectativas e ilusões. Veja que a culpa é sempre minha, e não da pretendida. Alguém que ler esse texto poderá se identificar com isso, saberá do que estou falando. Ou não. Deixo o mistério, porque a ninguém, nem a ela mesma contarei. Ela descubra se assim convier. Mas não importa agora. Minha inteligência avisa das armadilhas, mas meu coração bobo e alucinado, como alguém entorpecido pelo ópio ou em devaneios por um “trago”, vai de encontro a essa teoria e “dá de cara com o muro”. Ele cai direitinho nas maiores armadilhas do amor, não prestando atenção que quando ela diz “oi, sou tua amiga” ele só ouve “oi, meu amado”. Ás vezes, após algumas quedas, por conta do delírio do ópio – a paixão – fica mais atento, e ai comete a maior loucura de um “drogado”: tentar racionalizar o amor, fazer poeminhas baratos e sem graça, mandar flores e entregar chocolates do tipo “sonho-de-valsa”, como se ela fosse aceitar a dança. Como se o coração dela já estivesse valsando com o coração aqui apaixonado... Ai meu coração enlouquece, ela vai embora, dizendo “muito obrigado” – por educação – e o ópio acaba. Seus efeitos devastadores já estão concretizados: coração apaixonado, ela na cabeça 24 horas por dia, sonhos noturnos, desejos não realizados, um prazer besta e insensato. Espere! Algumas já disseram “obrigado”, por satisfação e amizade, carinho e consideração, sem falsidade ou maldade, e uma delas, ou três, no máximo, estará lendo isso. Elas saberão que digo a elas em agradecimento? Sei não! Deixa pra lá... Mas mesmo elas foram como uma substância entorpecente que acabou. Meu coração ficou pedindo mais e mais, e lá não estava ela. Ela se foi. Acenou um adeus e eu chorei. Típico de um viciado depois que o efeito passa: dor de cabeça, decepção e arrependimento, choro, etc., mas não é que o danado do meu coração nem liga, esse ingrato! Ai fica culpando as meninas, meus amores e inspirações poéticas de que elas são as responsáveis pelo meu sofrer... Pobre coração, o meu! Elas nunca me disseram: “toma meu corpo, bebe meu sangue, serve-se do meu prazer, te dou tudo, sou teu ópio, teu amor, teu desejo, tua ressurreição!” eu e meu coração é que nos metemos a invadir essas deusas perigosas – as mulheres – e sem pedir licença vamos entrando, cheirando, provando, cobiçando, desejando – em tom poético, é claro, porque não são as deusas um objeto. Olha lá hein? – aqui todo sábio enlouquece, todo idiota se envaidece, todo poeta se despe, todo violeiro compõe uma canção e todo mundo se enrola. Mas todo drogado depois esquece os efeitos colaterais e vai lá dar uma cheirada de novo, injetar na veia o ópio que lhe causa prazer, pra depois sofrer! Meu coração se assemelha a um viciado e anda entre os extremos, igual ao amor... Olha ele de novo apaixonado, e prova disso é eu escrever outra vez, outras loucuras e devaneios, com ousadia maior, desafiando o leitor e pondo em mim uma interrogação exclamativa... Louco coração?!

DO RELACIONAMENTO ENTRE HOMENS E MULHERES

Estive lendo algumas coisas a respeito e pensei em comunicar aos meus leais leitores algumas das ideias que concordo, discordo ou sou imparcial, porque parece uma coisa pouco sabida e muito perguntada esse assunto de relacionamento. Cabe a tarefa impossível de compreender o universo do relacionamento homem-mulher, porque são dois opostos que só poderiam se casar pela doação de um e outro a respeito daquilo que o parceiro não tem.
Diz-se muito que os relacionamentos terminam porque os casais exigem e esperam muito do outro. Tal condição é inerente ao ser humano, e por isso não pode ser refutada. O que fazer? Então os casamentos estão condenados? Definitivamente, não. Mas há que se dizer: nem todas as mulheres estão para a maternidade e o casamento, assim como certos homens estão para a amizade desinteressada. Vamos considerar alguns pontos antes de continuar:

1 – MULHERES SÃO SENTIMENTAIS POR NATUREZA, NÃO SÃO RACIONAIS (NO SENTIDO DA DICOTOMIA RAZÃO/EMOÇÃO);
2 – HOMENS SÃO RACIONAIS POR NATUREZA, NÃO SÃO EMOTIVOS;
3 – RAZÃO DENOTA INTELIGÊNCIA; EMOÇÃO CONSTITUI HUMANIDADE;
4 – AS MULHERES EM GERAL SÃO MAIS INTELIGENTES DO QUE OS HOMENS;
5 – OS HOMENS MAIS RACIONAIS PODEM SER DERRUBADOS POR UMA SIMPLES EMOTIVIDADE FEMININA;
6 – O JOGO EMOCIONAL QUE ELAS FAZEM CONSTITUI UM PERIGO MORTAL PARA A CIÊNCIA RACIONAL;
7 – GRANDES PENSADORES E A PRÓPRIA PALAVRA TEM ALERTADO SOBRE AS QUESTÕES ACIMA (em Gênesis, a mulher foi criada para ajudar o homem, não para pensar tudo sozinha, não para racionar tudo; no novo testamento, a mulher simbolizava a igreja de cristo, porque a fé é como a emoção: não se explica pela razão, etc.).
8 – AS MULHERES GOSTAM DE ATITUDES, NÃO DE QUESTIONAMENTOS OU INSEGURANÇA;
9 – HOMENS EM GERAL NÃO TEM AMIGAS, E OS AMIGOS DELA SÃO FRUTO DE UMA NECESSIDADE QUE O PARCEIRO NÃO SUPRIU;
10 – A QUESTÃO NOVE CONSTITUI UM SEGREDO DOS HOMENS E UM CONSELHO PARA AS MULHERES;
11 – TENTAREI EXPLICAR AS QUESTÕES ACIMA, DANDO O DIREITO DE DISCORDAREM, DESDE QUE EXPLIQUEM DE FORMA RACIONAL (OS HOMENS) E EMOCIONAL (AS MULHERES), MAS LEMBRO QUE NÃO FAZEMOS CIÊNCIA SEM RAZÃO;

Voltemos à discussão inicial. No primeiro ponto, defendo que as mulheres são emotivas e no segundo, que homens são racionais. Serei rápido: todas as mulheres que eu conheço gostam de flores, chocolates, cartas e frases de amor; já os homens não são dados a isso: preferem pensar com o membro sexual, pular as preliminares e consumar o ato.
O pensamento racional rejeita qualquer ideia que não possa ser provada, pelo menos hipoteticamente; o amor já ganhou muitas causas, mas não salva ninguém sem um mínimo de razão. Caso os cientistas seguissem suas emoções, jamais teriam concretizado suas ideias em favor da humanidade, porque a emoção pressupõe desistência nas dificuldades; por outro lado, passar a vida toda por um ideal aponta humanidade, emoção. Mas uma e outra devem conviver sem interferir. Devem completar-se como num relacionamento maduro e responsável. Dai acredito que mulheres racionais e homens emotivos não estão dentro de suas naturezas, e isso seria um desastre, já que naturalmente estão condicionados a papéis que dependem dessas configurações humanas. Explico. Sem emotividade, a mulher não poderia ser mãe, diante de tudo o que passa. Daí elas serem naturalmente assim, emotivas. Por isso ela pensa no filho e dá a vida por ele. (Aqui abro um parêntese para dizer, mais adiante, que a mulher tem o objetivo nos filhos, e não no marido, e explico logo). Já o homem, que cuida da parte bruta, precisa pensar. Elas não pensam em nada na hora de ter a prole. Cabe ao macho decidir, conduzi-la e cuidar para que ela e o bebê estejam bem. Elas precisam se sentir seguras.
Aqui se faz mais longo o debate, e cuidadoso. Requer atenção. Vamos lá. Afirmei no ponto quatro que as mulheres em geral são mais inteligentes que os homens. Longe de querer desmerece-las, refiro-me à inteligência do ponto de vista estratégico, e não lógico. Vejam vocês, homens ou mulheres, que elas prestam atenção a várias coisas ao mesmo tempo, e pode executá-las, ainda que um pouco mais devagar que os homens. Estes pensam em uma coisa de cada vez. Olhem esse exemplo no trânsito. Há mais acidentes entre homens do que mulheres. Elas dirigem mais devagar – ainda que algumas tenham pânico de dirigir – são mais confiáveis ao volante, enquanto os homens ao volante se acham heróis.
Os homens mais racionais podem ser destruídos e humilhados por uma mulher (ponto 5). Os homens que se acham o máximo são os maiores débeis mentais, porque se acham inteligentes demais e confiam tanto em si, que não percebem as armadilhas que elas nos preparam. Os homens que expõem demasiadamente sua inteligência ou seu poder, os que acham que apenas o dinheiro podem conquista-las, os que imaginam que elas nunca irão trocá-los por outro, caso achem necessários, são idiotas e fáceis de ser enganados por elas.
Questão 6: o jogo emocional delas constitui o que chamei de inteligência superior aos homens, porque a emoção é uma arma tão complexa, que não pode ser explicada pela razão, e pode destruir qualquer ciência, e colocar qualquer homem fraco no domínio delas. O que há de se considerar, é que as mulheres precisam de homens equilibrados e independentes, tanto financeiramente, quanto emocionalmente. Homens que se prendem às emoções se esquecem de pensar e ficam loucos. Apaixonados e dependentes. Aqui elas atacam. Porque precisam de alguém que as defenda, já que a sua sensibilidade não permite uma ação imediata. Elas são práticas, a longo prazo, porque não pensam no agora, mas no futuro. É comum que homens fracos tornem-se garantias para ela, de um casamento sossegado. Homens pensam no agora. No sexo. Mulheres pensam em como vão cuidar dos filhos. Precisam de bons homens para isso.
Sobre o ponto 7, basta dizer que na literatura existe uma infinidade de homens sofredores por suas mulheres. Quase não há mulheres que se debatem pelos homens. Por quê? Uma razão explica: mulheres são confiantes no que possuem, visto que há nelas o poder de controlar nossas emoções e nos tornar dependentes. Homens precisam de sexo, e elas sabem controlar isso de uma maneira tal que nos tortura.
Antes que pensem que sou machista, digo que não o sou. Nem feminista. Fico do lado da razão, sem findar em um dos lados apenas. Porque há homens que tem sentimentos e mulheres de razão; nem todos querem apenas sexo, assim como existem mulheres que gostam mais de homens sentimentais do que brutos racionais. Mas eu nunca conheci um só homem que relatasse não sofrer por uma mulher que não lhe dava atenção, apesar das cartas de amor, declarações e correrias desesperadas atrás delas. Eu disse que elas gostam dessas coisas, mas tudo tem limite e ponderação. Além disso, essa dependência emocional é o que elas não querem. Elas desejam um homem que não dependam dela, para que elas possam encontrar um porto seguro. Mesmo assim, elas querem ao mesmo tempo liberdade e dependência. Liberdade para agir e pensar, e dependência de um homem que lhe alcance as necessidades. Quem já não ouviu de uma mulher que elas detestam homens pegajosos? Ao mesmo tempo, que querem um homem companheiro, que estejam juntos a elas nas horas de necessidade.
Já expliquei a questão oito; a 11 dispensa isso e a 10 será entendida quando eu explicar a questão 9. Ouço de muitos homens e mulheres que amizade de homem é sempre interessada. Concordo sem generalizar. Tendo em vista que a natureza do homem é o acasalamento, uma amizade pode ser a oportunidade para isso, já que a fêmea precisa ser conquistada e temos de ganhar confiança da parte delas. Há homens que têm amigas? Sim, mas há aquelas amizades que acontecem pelo único fato do interesse que temos por uma mulher: ficamos amigos, ganhamos a confiança, descobrimos coisas sobre elas, e as atacamos com as suas deficiências descobertas. Elas podem nos revelar segredos e necessidades, e daí decorre que, descobrindo isso, o homem faz disso uma carta de valor e as joga, para, “do verde colher a madura”. Há amizades de homens com mulheres que são verdadeiras, mas se essa amiga quiser um relacionamento, estando os dois desimpedidos, ou a mulher, então tal coisa se concretiza, pela vontade do homem. Isso porque o homem não vê o sentimento, mas a oportunidade do sexo. Homens bastante sentimentais ou terminam sozinhos, ou com mulheres de pouco cérebro, ou são traídos e trocados por outros. Isso explica o sofrimento dos poetas e o sucesso dos cafajestes milionários e bandidos, donos de haréns.
Explicado por que homens não têm amizades desinteressadas por mulheres, digo o porquê de amizades entre mulheres e homens serem o resultado de uma deficiência que elas não têm atendida pelo seu companheiro. Em geral esses amigos não demonstram interesse por elas, tornando-se independentes pelo anulamento da paixão e ganhando delas a confiança. Ainda que estejam interessados, os sábios negarão isso e a convencerão dessa ideia. Homens independentes e desinteressados não farão chantagem emocional e por isso elas confiam. Querem alguém que as ouça e não quem as questione. O parceiro que reclama e questiona levará um chifre e será trocado por outro que a compreenda.
Minhas últimas palavras se deterão no título dessa redação. Do relacionamento entre homens e mulheres conclui-se que os dois devem ser ao mesmo tempo dependentes, assumirem seus papéis e ampararem um ao outro em suas necessidades. Homens que não dão amor às suas mulheres podem ter a certeza de que serão trocados, porque elas não gostam da rotina desgastante; por outro lado, se esse amor os fizer dependentes e carentes da companheira, sugando-lhes as forças e a liberdade, como seres possessivos e sem atitude, impedindo-os de tomarem a medida correta, da mesma maneira serão também trocados, porque elas querem liberdade. Um homem que não ouve sua mulher estará da mesma forma condenado; um que ouve em demasia pode tornar-se brinquedo delas. Uma mulher que não oferece amor pode ser trocada por outra da rua; uma que enche o saco do esposo com choro e reclamação e não pensam por conta própria, são consideradas ingênuas e fáceis de serem traídas. Numa coisa concordam homens e mulheres: gostam de parceiros inteligentes e independentes, que ouçam e compreendam o parceiro, mas que não se prendam a eles emocionalmente, em demasia. Querem, ao mesmo tempo, liberdade total e alguém que defenda e ampare, ouça, entenda e dê conselhos. A cada dia, penso entender menos as relações entre homens e mulheres, essa guerra dos sexos que não para, e tão cedo não vai se apaziguar.