Um amor fatal com certeza pode ser letal. Mortal. Fisicamente visceral. Há pouco tempo um amigo meu, de nome Pedro, se apaixonou por uma moça. Não era uma moça qualquer. Tinha os olhos mais lindos que um diamante exposto ao sol, uma pele mais bronzeada e mais bela que o prateado da lua cheia, e uma voz que desafiaria o próprio cantar do Rouxinol. Não sei se era deusa ou demônio, mas enfeitiçou a nós dois. Ao mesmo tempo. Pedro ficou alucinado por ela, e eu só escapei porque já tinha um amor ainda não concretizado, porém muito desejado. Meu anjo se chamava Thaís. Ela não sabia bem que eu a amava, mas eu a queria mais que tudo, e resistiria ao próprio demônio por ela.
Aquela mulher encantadora tirou o sono do meu amigo. Confesso ter sonhado com ela duas vezes, tamanha beleza devastadora que ela tinha. Pedro todos os dias sonhava, e já não era mais o mesmo...
Me aproximei dela – com medo, claro – e vi que não era uma miragem. Perguntei a ela se tinha telefone, ao tempo em que queria correr dali, com medo da resposta dela. Fiz pelo meu amigo. Tocado por um feitiço poderoso, como uma droga injetada na veia, anotei o número dela, após ter convenientemente apontado para meu amigo, que estava bebendo numa mesa pouco distante.
Aquela mulher era a loucura de todos: perdição dos bons e a satisfação dos maus. Parecia mesmo um feitiço, do qual meu amigo não pôde se livrar. Era um amor fatal. Alguns meses depois, sem ter sucesso com aquela garota, nada mais lhe interessava. Ela, apenas ela, a sua razão de viver, ou o motivo certo para morrer. Assim ele me disse, assustando-me, um dia desses. Não levei muito a sério, mas aconselhei que ele superasse isso.
Algum tempo depois, ele estava com uma ideia fixa de que findaria sua existência se aquela dama – ou demônio – não atendesse ao telefone. Era a sexagésima sexta vez em que estaria ligando, sem sucesso, para aquela mulher. Ele sumiu e voltou ao bar mais tarde. Ai ele me disse, com ar muito sério: eu vou me matar e vai ser esta noite, e você vai presenciar tudo! De todos os meios usei para demovê-lo desta ideia, mas foi vã a minha intenção. Realmente, sabem os meus botões, que eu já tentei de tudo, mas ele não deu ouvidos aos meus conselhos, e saiu, após um trago, pela porta da frente, e demorou a voltar...
Fui atrás dele e o procurei nos lugares em que ele costumava ficar. Senti um choque muito grande e desmaiei, quando vi um corpo pendurado por uma corda, um laço do diabo, e uma foto dela ao chão, onde nem mesmo uma brisa soprava. Meu amigo me estendendo a mão, num último suspiro. Ele tinha um olhar arrependido, pedindo socorro! Expirou e se foi, para sempre. Só então os ventos começaram a soprar, levando para longe a história de um amor fatal.
Pauta para o bloinquês: 66ª Edição conto/história - Frase da semana: Eu já tentei de tudo, mas ele(a) não deu ouvidos
Meu amigo Damião,
ResponderExcluirGostei muito do formato do blog, das divisões da página, dos assuntos abordados e de conhecer um pouco de sua história.
Escreva. Mas escreva muito, pois a escrita é o grito profundo alma da alma do filósofo. A escrita é grito de liberdade e prazer.
gostei muinto pois o amor e tem varias etapas onde acontece coisa boas e ruins
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