sábado, 24 de setembro de 2011

PEQUENAS TOLICES

PARA "NESSINHA", ALGUNS SUSPIROS...

Eu queria ter o dom das palavras, mas elas dão-se em fuga quando eu as tento convencimento de infiltrar-se na minha busca/ senda que é o coração da minha amada. Perco-me em ventos rodopiantes e delirosos, sem um fim imediato, mas com uma desordem tal que as palavras que vertem da minha alma nascem no momento em que permito as desilusões deste meu ser em processo de autoconhecimento.



Temo não conhecer por completo uma simples fração do seu coração. Mesmo sabendo que uma milésima parte do meu eu não conheço, apenas cogito. Pequenas idéias me assustam e convidam docemente a visitar-te o pensamento e buscar no teu ser o conhecimento do bem e do mal, e o caminho mais curto para curtir a vida. Não encontrei esse caminho. Encontrei o amor.



Olho seus movimentos indecisos e tolos, na fuga que deliberas contra mim, e sei que tanto seria para mim prestimoso o dom das palavras, mas não o tenho; essencial tornar-se-ia saber um pouco do seu coração, mas não o sei. Leva-me embora o turbilhão de ventos que te afastou de mim, mesmo antes de chegares, mas o meu grito de amor e luz se faz paz em teu seio, e dormimos enamorados no brilho da lua, e abandonamos as vontades ao sabor do tempo, e beijando-te demoradamente, esqueço as suas, e renego as minhas, as nossas “pequenas tolices”.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Divagações



Pensando em "nessinha"

Pudesse navegar seu sentimento

Eu me acharia gritando sonhos

Voando alto

Ícaro me emprestaria o mais alto desejo

E em teu sol me queimaria

E dormiria para sempre

Em ti



Com tudo isso

O que me falta, afinal?

Sonhos perdidos

Na imensidão dos nossos olhares?

Não sei!

Falta-me o que desconheço

Exclui-se de mim o tempo!



Mesmo sem tempo

Busquei no mundo o belo

Mais belo que todo o belo

De mãos vazias retornei

Porque apenas você

De todas as coisas perfeitas

A mais bela que encontrei!



Penso em você todos os dias

E o dia todo me dedico a você

Porque o que se ama sempre se diz

E digo que te fiz poesia e amor

Sorriso, fé e esperanças

Porque és meu sonho de criança

Sonho que não se encontra em padaria!



Sonhar e pensar, no amor

No amor não há respostas

Apenas perguntas e pensamentos

Sentimentos em cadeia

Pois quanto mais eu penso mais te amo

Quanto mais te amo mais te penso

E penso que sou viciado em você!



O amor é uma palavra

Que quatro letras tem

Que aos sentidos mexem

Mesmo se sentido não tem

Sem sentido é a saudade

De passar a eternidade

Com alguém que não se tem!



Mesmo com tudo isso

Ainda que quase nada

O amor tudo suporta

E do outro não espera nada

Mas espero do meu amor

(do amor que nunca tive)

Sempre tê-lo ao meu lado!

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Intertexto sertanejo





Que dizer dessa morte-vida sertaneja,
que apela para as chuvas e deseja o verde?
onde está o verde?
na esperança do povo...
como está o povo?
com fome e sede...
e agora José?
José degusta palma,
José olha o verde que não come,
o verde mandacaru....

folhas secas ao chão
cabeças no estradão
há mais chapéus sem cabeças...
e no sertão da espada
já houve tanta desgraça
e na morte há vida,
porque morte não há,
o que há é a sorte,
do povo que sofre,
sobreviverá...

Meu amor poético




 Para Vanessa ("nessinha")

Que seria do Amor,
não fosse livre pra voar?
mas nossos inconstantes
delírios o perdem
quando alça voo,
e buscamo-lo o amor mesmo,
entre as relvas da eternidade,
tão singular
e tão contrário,
o amor de Camões!

que seria de mim
não amasse você?
que seria do tempo
não pudesse se perder
na eternidade dos ventos
na infinitude do teu ser?
que poderia dizer
se te amo porque te amo
se o amor que o Padre abençoa
é simplesmente o amor de Pessoa?

NOSSO TEMPO



Para Vanessa (“nessinha”)



Ouço noturnamente as badaladas

De um velho relógio de parede

Que marca meu tempo acabando

Num compasso de passos sem fim

Perco-me entre os tic-tacs

Que os ponteiros batem-batem

Mais bate em mim a saudade

Do beijo que não te roubei



Pergunto para o relógio

Se o tempo que ainda tento

Encaixar na minha solidão

Um dia vai ser nosso tempo

De acertar o tempo do tempo

Do tic-tac do nosso coração

Que juntos batendo um dia

Em forma de poesia

Pergunta meu coração:

Por que perder-me no tempo

Quem nem mais eu sei se tenho

Quando posso encontrar-me

No infinito do seu olhar

Nas batidas do seu coração?