José e Maria tinham cinco filhos, muito amor para dar, mas pouco pão a oferecer. Os filhos, ainda pequenos, choravam de vez em quando, a fim de denunciar a todos que ali havia cinco novas vidas. Maria cuidava da casa enquanto José, desempregado devido à falência da sua empresa, vivia de bicos e doações dos visinhos e amigos.
José sempre foi uma boa pessoa, generoso com todos, nunca negava pão a quem lhe batia à porta. Maria, sempre generosa, estava disposta a ajudar a qualquer necessitado que precisasse. Mas a pobreza abalou o marido de tal forma que ele ficou abatido e desgostoso com a vida, e já não ajudava aos outros como antes. A fé de Maria jamais foi abalada; se tinha hoje dois Pães, dava metade a alguém que lhe pedisse. José sempre a repreendia por isso, mas ela dizia que Deus daria um jeito naquela situação.
Foi quando, uma noite muito chuvosa, aparece uma mãe desesperada batendo à sua porta, pedindo dez reais para completar o dinheiro e comprar o remédio do filho de um ano, que sofria bastante do coração, e precisava do remédio com urgência, pois estava à beira da morte. Sem hesitar, Maria dá os dez reais àquela desconhecida, que num instante ficou agradecida. Maria jamais esquecerá o brilho daqueles olhos. Ela entregou justamente o único dinheiro que tinham para comprar o alimento da semana. José ficou contrariado com aquilo, mas acabou se conformando.
Acabaram dormindo ao cair da noite, eles e os filhos; não pelo sono, mas pela fraqueza da fome. Passava da meia-noite quando Maria acordou com o choro de um dos filhos. Era o desespero da fome... Qual não foi a sua surpresa ao ver a mesa repleta de alimentos! Instantaneamente Maria acordou José. A única coisa de que Maria lembrou, além de agradecer a Deus, foi daquela mulher misteriosa, que o tempo não fez esquecer o brilho daqueles olhos. Aquela mulher nunca mais foi vista, nem souberam noticias a respeito do menino enfermo. Os visinhos não se recordavam dela, dizendo jamais ter visto tal figura pela redondeza. E tiveram novamente fartura. E José aprendeu o dom da PARTILHA
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